Tanto a pandemia de Covid-19 quanto as medidas sanitárias tiveram imenso impacto na sociedade, porém de forma muito desigual quando olhamos para diferentes grupos. Apesar da crescente visibilidade e garantia de direitos para a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais (LGBTI+), as estratégias de redução de risco e enfrentamento à pandemia negligenciaram suas necessidades específicas.

A vulnerabilidade da comunidade LGBTI+ está ligada à processos estruturais de marginalização e discriminação, resultado do sistema cis-heteronormativo vigente. A pandemia então produziu desafios específicos para o grupo LGBTI+, como aumento do isolamento e redução do acesso à espaços de apoio e serviços especializados de saúde e assistência social.

Entretanto, organizações e movimentos sociais LGBTI+ também tem criado suas próprias respostas, incluindo ações emergenciais de suporte, e recomendações práticas para redução da contaminação. Além disso, vem denunciando e cobrando do poder público as respostas necessárias para proteção de grupos mais vulneráveis durante a crise sanitária.

Nesse seminário online, discutiremos experiências da população LGBTI+ no enfrentamento à pandemia de Covid-19, considerando diferenças e desigualdades na sociedade. Teremos quatro apresentações de militantes e pesquisadoras/es, seguida por um debate sobre vulnerabilidades e resistências. Esperamos contribuir com a construção de caminhos para políticas públicas, pesquisas e intervenções para garantia dos direitos da população LGBTI+.

Esse evento foi apoiado pelo ESRC - Impact Acceleration funding.

Participantes:

Gilmara Cunha, Grupo Conexão G

https://www.facebook.com/GrupoConexaoG | @grupoconexaog

Gilmara Cunha é Diretora Executiva do Grupo Conexão G de Cidadania LGBT de Favelas.

O Grupo Conexão G é uma organização da sociedade civil, fundada em março de 2006, porém originada de um Grupo de Jovens que resolveram realizar ações de reflexões sobre a homossexualidade em favelas. A trajetória desse coletivo é caracterizada por um interesse em comum dos Jovens de trabalhar com a minimização dos preconceitos vivida por este segmento, de forma integrada e abrangente, com o foco na temática dos Direitos Humanos e a Promoção da Saúde da população LGBT Moradoras de Favelas, relativas à cidade do Rio de Janeiro, e membro do Fórum LGBT do Rio de Janeiro.

Thiago Ranniery, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

http://lattes.cnpq.br/5073249089832251

Thiago Ranniery é Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e atualmente Vice-Diretor da Faculdade de Educação desta instituição. Líder-pesquisador do BAFO! - Grupo de estudos e pesquisas em currículo, ética e diferença (NEC/FE/UFRJ). É Jovem Pesquisador Nosso Estado da FAPERJ com pesquisas sobre estudos queers, neomateriais e pós-coloniais em currículo e educação.

Amana Mattos, Instituto de Psicologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

http://lattes.cnpq.br/5910140242812764

Amana Mattos é professora associada do Instituto de Psicologia, professora permanente do Programa de Pós-graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e coordenadora do Degenera - Núcleo de Pesquisa e Desconstrução de Gêneros. Integra a equipe de coordenação da pesquisa SEXVID - Sexualidades e gestão de risco no contexto da pandemia de covid-19.

Luan Cassal, Instituto de Educação, Universidade de Manchester

https://www.research.manchester.ac.uk/portal/cassal.html | @luancassal

Luan Cassal é psicólogo e cursa o Doutorado em Educação na Universidade de Manchester, Inglaterra, onde também trabalha como Assistente de Pesquisa no Instituto de Resposta Humanitária e Conflitos. Tem pesquisado gênero e sexualidade em escolas, violência e discriminação e políticas públicas para população LGBTI+. Seu projeto atual foca em questões de tempo e idade na reforma da Lei de Identidade de Gênero britânica.

Organização e coordenação:

Billy Tusker Haworth, Instituto de Resposta Humanitária e Conflitos, Universidade de Manchester

www.billyhaworth.com | @BillyTusker

Billy Tusker Hawroth tem formação em geografia, leciona Gestão de Desastres, e atua na representação para equalidade, diversidade e inclusão no Instituto de Resposta Humanitária e Conflitos (HCRI), Universidade de Manchester. Interesses de pesquisa incluem estudos críticos e participatórios em Gestão de Informação Geográfica, vulnerabilidade a desastres, marginalização de pessoas LGBTQIA+, e graffiti em espaços de paz e de conflito. Durante a pandemia de Covid-19, Billy coordenou um projeto de pesquisa explorando experiências de pessoas LGBTQIA+ no Brasil e no Reino Unido, com implicações para estratégias de enfrentamento a crises mais inclusivas, reduzindo futuros riscos em respostas humanitárias.